21 de fev. de 2013

O tempo

E o sentimento mais forte escolheu ser a saudade, saudades da minha adolescência quando um olhar me despertava paixão, quando um beijo fazia minhas pernas estremecerem, ou todas aquelas noites, ocupadas por lembranças de palavras e momentos,  imaginando finais felizes, que nunca aconteceram. 
Quantas vezes meus olhos se enchiam de lagrimas por amores não correspondidos e atitudes mal pensadas, mas que nunca eliminava o desejo de se estar perto.
E como amei, sorri, chorei, caí tantas e tantas vezes, mas sempre aprendendo! Levantando e dizendo que nunca mais iria me entregar a nenhum sentimento. Com o tempo esse desejo foi se realizando, e cada vez mais aquela historia ia ficando no passado, tudo girava em torno de "nada de expectativas" igual a "nada de decepções", e eu me sentia bem, imune a desilusões desnecessárias, afinal não era difícil já que as pessoas se tornavam cada vez mais fúteis, mais desinteressantes, com pouco conteúdo ou pouca solução.
Tudo parecia bem mais fácil, amigos que me proporcionavam momentos felizes, romances que nunca duravam mais que o tempo necessário, e isso era bom, evitava conflitos e desgastes, e eu nunca me sentia só, as bebidas fortes substituíam qualquer desiquilíbrio sentimental e muito mais fácil era trocar as músicas que falavam de amor,  era como um tipo de blindagem, e eu já não mais sentia vontade do amor. Sujeito mal encarado que tornava tudo rotina, tudo briga, tudo dor.
Era como uma mistura de medo com falta de vontade, aos poucos esse desapego trazia uma certa solidão, que claro era sempre preenchida por coisas momentâneas, e nunca duradouras.
Era como uma contradição de emoções, entre o desapego e a solidão, eu me sentia feliz por não ser como tantos apaixonados que desperdiçavam seu tempo com coisas de amor, declarações, lágrimas, frases e romantismos fajutas, que sempre resultavam em nada.  
Esse meu desinteresse atraía as pessoas, era aquela velha historia “gosto de tudo que não posso ter”, e eu nunca pude corresponder a nenhuma expectativa, fugindo sempre de qualquer tipo de coisa que pudesse me prender.
Não vou dizer que todos que passaram foram iguais, claro alguns mechem de uma forma diferente, encantam de uma forma especial, mas não passam de pessoas admiráveis, pessoas com quem poderia se viver um romance, mas o medo por decepcioná-las e a certeza de que não vai ser eterno, elimina qualquer hipótese do tipo.
Minha maior dúvida e medo é se um dia vou encontrar aquela pessoa que mude meu pensamento, que elimine qualquer tipo de passado que me condene, que apenas me ame e desperte em mim tamanho amor, capaz de não me fazer pensar: "e se não der certo?". Que nos seus olhos eu possa encontrar aquele amor que um dia eu senti, um amor amadurecido pelo tempo, que enfrente qualquer obstáculo e que seja uma caminhada dupla, que seja até o fim, que vá além da velhice e que lá na frente com os cabelos brancos já, possa me sentir abençoada por ter escolhido a melhor pessoa para passar esses dias ao meu lado.

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