Um dia ela pensou em se casar, com um vestido cor de areia e um véu bordado a mão, ao som de uma harpa dourada.
Ela gosta do brilho que o fosco tem e do som que o silêncio faz. Antes de dormir ela faz uma oração, pede oxigênio pra poder respirar á limpo e nunca esquece de agradecer pelas coisas que “ainda” existem. Essa menina já brincou de bonecas, e sente falta delas quando viu que pra sua idade já se brincavam com corações.
Ela só consegue descansar ouvindo o som dos pássaros, e sonha em um dia poder voar, ela imagina aonde vai morar depois que seus dedos começarem a enrugar, pretende comprar uma casinha na beira do mar, com um cachorro pequeno que ela possa envolver em seus braços. Na varanda terá vaso de flor que nunca seca e nem desabrocha, com todas as cores que a luz tem.
Sonhadora sempre buscando encontrar nos detalhes uma esperança pra caminhar sozinha, ela não tem medo do escuro, e nem gosta de dormir com a luz acessa, gosta de fazer tudo sozinha e não tem medo de desilusão, ela tem medo mesmo é da maldade que se esconde por traz dos sorrisos, da falsidade que se disfarça em meio à perfeição.
Menina de fantasia colorida, mas de alma transparente que gosta da liberdade de correr pelas ruas da cidade, mas mesmo com esses instintos urbanos ela tem amor ao campo, a vida rural, o fogão á lenha e se ela pudesse levaria embora todos os animais que lá habitam, a simplicidade lhe comove e lhe impressiona muito mais que o ar poluído da cidade.
A menina está sempre presente, pra qualquer palavra que queiram ouvir, ela só não gosta de falar sobre seus sentimentos, embora seja mestre em desvendar segredos alheios, o sentimento das pessoas lhe fascina, ela sempre anda tentando tapar um buraco, ela é mesmo muito demente, faz e fala tanta coisa absurda, eu até tenho medo dela às vezes, então eu ligo o som e deixo ela dançando ali fora, e ela demora pra voltar!
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